A União Europeia é um bastião da defesa dos valores democráticos, mas enfrenta atualmente um dos seus maiores dilemas: como lidar com alguns estados-membros que ameaçam o Estado de Direito? Na Hungria fala-se em democracia iliberal, mas há quem diga que caminha rapidamente para a ditadura. No país liderado por Viktor Orbán os jornalistas já não podem trabalhar livremente e as minorias são perseguidas. O “Destino: Europa” questionou ONG’s, o próprio Governo e também a Comissão Europeia sobre como travar esta deriva e até que ponto as opções políticas, legitimadas nas urnas, podem ser travadas por Bruxelas.
Enquanto a Hungria caminha nesta direção, os resistentes democráticos da Bielorrússia tentam derrubar a última ditadura da Europa. O regime liderado por Alexander Lukashenko oprime o seu povo, prende os opositores e segura-se ao apoio solitário do Kremlin. Na Lituânia encontrámos os principais opositores do regime, como Sviatlana Tsikhanouskaya, a mulher que ousou enfrentar o ditador, que se viu forçada a exilar-se e que agora procura sensibilizar a comunidade internacional para a situação no seu país.
Apesar das ameaças aos valores essenciais da União Europeia, há bons exemplos, como é o caso do Luxemburgo, onde se vive a situação praticamente oposta. Locais onde os índices democráticos são elevados, onde a liberdade de imprensa não é questionada e onde as minorias podem viver sem restrições.
“Democracia” é uma reportagem de Filipe Caetano e Inês Tavares Gonçalves, com imagem de Hugo Neves e Nuno Quá e edição de imagem de João Pedro Ferreira e Nelson Costa e Silva.
A não perder, dias 26 de outubro e 2 de novembro, no Jornal das 8.